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Partir do Evangelho para viver o Evangelho

Publicado por Frei Luiz Pinheiro Sampaio | 26/08/2012 - 18:12

INTRODUÇÃO

 

São Francisco foi profundamente tocado, atingido, abrangido, abraçado e envolvido pelo Evangelho. Desde a sua decisão, nunca mais se afastou dele. Todo o seu discernimento, todas as suas escolhas e orientações partiram de uma escuta atenta do Evangelho, e sua vida foi totalmente perpassada por ele. Este foi o único referencial para São Francisco em relação ao “projeto de vida” então assumido. A compreensão do caminho vocacional de Francisco e seus companheiros – e por sua vez da vocação franciscana mais genuína – tem que partir da compreensão e da experiência vivencial do Evangelho realizada por eles.
Numa tentativa de explicitar a peculiar experiência evangélica de São Francisco, apresentamos, a seguir, alguns elementos característicos do itinerário evangélico de quem se decidiu e tomou coragem para empreender algo diferente e perigoso. É certo que os elementos que vamos elencar não são, e nem pretendem ser, inéditos. Eles são, antes de qualquer conclusão, acentos pontuais daquilo que podemos denominar de “aventura evangélica incomodante”, interna e externamente, isto é, a experiência nova (instituinte) em relação ao já estabelecido (instituído), a mobilidade (itinerância) em reação à imobilidade (estabilidade ou status quo).
Enfim, os aspectos levantados para esta reflexão são baseados nas Fontes Franciscanas e outras leituras afins. Portanto, partimos das referências à disposição, ou seja, aquilo que reflete a experiência singular e singela de São Francisco de Assis e seus companheiros.

 

1- O projeto Pedro Bernardone e o Projeto de Deus para Francisco

 

Tudo indica que Francisco era um “vocacionado” aos negócios e empreendimentos do pai Pedro Bernardone. As fontes biográficas nos dão várias informações de como Francisco exercia as atividades no comércio, por exemplo: “Vivia na cidade de Assis, na região do vale de Espoleto, um homem chamado Francisco. Desde os primeiros anos foi criado pelos pais com arrogância, ao sabor das vaidades do mundo. Imitou-lhes por muito tempo a via mesquinha e os costumes e tornou-se ainda mais arrogante e vaidoso.” (1Cel 1). E também: “Pior ainda: superou desgraçadamente os jovens da sua idade nas frivolidades e se apresentava mais generosamente como um incitador para o mal e um rival em loucuras.

Todos o admiravam e ele procurava sobrepujar aos outros no fausto da vanglória, nos jogos, nos passatempos, nas risadas e nas conversas fúteis, nas canções e nas roupas delicadas e luxuosas. Na verdade, era muito rico, mas não avarento, -antes pródigo; não ávido de dinheiro, mas gastador; negociante esperto, mas esbanjador insensato. Mas era também muito humano, muito jeitoso e afável, embora para sua própria insensatez.” (1Cel 2).

Pela descrição-narração apresentada por Celano podemos perceber que Francisco não economizava em nada. Agia com prodigalidade, certamente para satisfazer os próprios prazeres e ser admirado ou elogiado pelos outros e, talvez, pelo pai. Além disso, esses atributos que Celano ora dirige a Francisco compreendem com evidência os interesses de Pedro Bernardone. O prestígio social do filho implicava o prestígio social, político e econômico do pai na Comuna de Assis e além dela.

Outro fato que nos desperta a atenção é a imposição do nome de Francisco efetuada por Pedro Bernardone: “Oriundo da cidade de Assis, situada nos confins do vale de Espoleto, Francisco foi chamado primeiro de João, pela mãe; mas depois foi chamado de Francisco pelo pai, que estava voltando, então, da França, e em cuja ausência ele tinha nascido.” (LTC 2). Por que Pedro Bernardone impôs este outro nome ao filho, exatamente quando regressara da França? Ficara ele insatisfeito com o nome com o qual a esposa batizara o filho? Seria uma simples homenagem à França ou Pedro Bernardone desejava projetar o filho como comerciante expoente e, assim, garantir o seu reconhecimento através dos tempos? Em si o texto não responde a essas questões.

O estudioso Johannes Joergensen (Cf. Referências) afirma que para o caso da mudança de nome há várias hipóteses e faz menção de três. A primeira possibilidade diz respeito aos afetos de Pedro Bernardone pela França, pátria de sua mulher e lugar dos seus empreendimentos. A segunda hipótese está ligada ao fato de Bernardone não ter se agradado do nome do filho dado pela mulher. E, por fim, o nome foi imposto a si mesmo pelo próprio Francisco, por se tratar de um nome em voga e pelo amor que Francisco nutria pela língua francesa.

Não obstante essas considerações, sabemos, pelas fontes biográficas, que Francisco fora projetado pelo pai para ser um comerciante de prestígio. Francisco assumiu o ofício de comerciante durante certo período, até o momento em que começaram profundas mudanças no seu interior.

As mudanças interiores foram refletindo pouco a pouco nas ações e atitudes de Francisco, tanto no meio familiar (enchia a mesa de pães para os pobre, dava suas roupas aos pobres – cf. LTC 9; 2Cel 5; LM 1,2; LTC 6; LM 1, 1; LTC 3), quanto no ambiente externo (afastava-se dos amigos, acercava-se dos pobres e leprosos, pensava em outras coisas distantes e inauditas – cf. LTC 7; 1Cel 7; 1Cel 4; 1Cel 6; LM 1,4; 1Cel 17; 2Cel 9; LM 1,5; LTC 11). Agindo de forma estranha, Francisco provocava reações violentas por parte de Pedro Bernardone, que, para não perder o prestígio de negociante de ascensão social, batia no filho, arrastava-o para dentro de casa, prendendo-o no porão da casa (cf. 1Cel 12; LM 2,2; LTC 17). Enquanto o pai lutava contra essas atitudes de Francisco, a mãe, por sua vez, andava na contramão das ambições do marido e a favor do filho (1Cel 13; LM 2,3; LTC 18), suscitando ainda mais conflitos entre ela e o esposo e entre o filho e o pai.

O comportamento da mãe diante das tensões no ambiente familiar e as loucuras de Francisco, colocavam em xeque os planos e os interesses de Bernardone. A partir de então, o projeto de Pedro Bernardone, ameaçado em suas raízes, perdia força e o Projeto de Deus se acentuava na vida do jovem Francisco, que agora procurava os pés em outras estradas e dia após dia adquiria uma visão diferente dos parâmetros paternos.

As renúncias e as rupturas de Francisco em relação ao projeto do pai adquiriam significado quando ele, Francisco, buscou respostas para aquela inquietante pergunta: “Senhor, que queres que eu faça?” (LTC 6; 1Cel 7; 2Cel 6; LM1,3; AP 6-7). A partir do momento que Francisco abria mão das regalias paternas e dos próprios sonhos de grandeza, as respostas se tornavam concretas. Desde aquele momento que ele se desfazia de seus egoísmos e das ambições paternas – venda dos tecidos e do cavalo (LTC 1; 1Cel 8; LM 2,1; AP 7), beijo e serviço aos leprosos (LTC 11; 1Cel 17; 2Cel 9; LM 2,6;LM 1,5-6), busca da solidão (1Cel 6; LM 1,4; LTC 8) etc… – as respostas ao Projeto de Deus se evidenciavam realmente.

Certamente, a cena mais tangível e simbolicamente marcante da ruptura de Francisco com o projeto que o pai havia pensado para ele foi aquela do despojamento público, devolvendo ao pai as roupas que usava (LTC 20; 1Cel 15; 2Cel 12; LM 2,4). Agora, Francisco deixava de ser objeto dos projetos pessoais do pai e devolvia o que não era seu, mas do mercador Pedro Bernardone.

Em suma, as buscas de Francisco ganhavam novos rumos, novos horizontes, novo sentido. Francisco abria mão das seguranças econômicas e afetivas para abraçar outros valores, valores estes mais profundos e duradouros. Francisco realizava como que uma troca de valores por causa de algo muito mais abrangente e completo.

 

2- O ponto de partida: a escuta do Evangelho e a decisão

 

Ao assumir essa nova etapa em sua caminhada, Francisco precisava de outros referenciais. O principal referencial que norteou sua vida foi o Evangelho. A escuta, a acolhida, a compreensão e, por conseguinte, a vivência da Palavra de Deus, foram fundamentais para a eficácia do Projeto de Deus na vida de Francisco. Desse modo, ao abrir-se para Deus e ao colocar-se todo disposto para encarnar o Evangelho, dava ele início ao “projeto de vida evangélico”.

No limiar do “projeto de vida evangélico” estava aquela determinação e firmeza de Francisco, que, após a escuta atenta do Evangelho, deu o passo decisivo para responder aos apelos do Senhor, no contexto sócio-eclesial da época.

A resposta-decisão de Francisco estava inserida no contexto das diversas interpelações de Deus no seu processo de conversão pessoal. Entre outras interpelações, podemos tomar a seguinte: “Francisco, não vês que a minha casa se destrói? Vai, pois, e restaura-a para mim.” (2Cel 10; LM 2,1; LTC 13). Contudo, sem se dar conta da dimensão do apelo, a resposta-decisão de Francisco, dada de modo imediato, estava por amadurecer.

O biógrafo Tomás de Celano, sobretudo, afirma que Francisco se deixou tocar pelo Evangelho da missão dos apóstolos (cf. Mt 10,9-10; Lc 9,3; 10,4), que numa dada ocasião fora lido durante a celebração na igreja de Santa Maria dos Anjos, na qual ele estava presente (cf. 1Cel 22; LM 3,1; LTC 25). Esta passagem bíblica prendeu a atenção de Francisco de tal forma que ele saiu dali todo mudado e decidido: “É isso que eu quero, isso que procuro, é isso que eu desejo fazer de todo o coração.” (1Cel 22).
Esta decisão-resposta foi consequência da caminhada de crescimento de quem teve a coragem de fazer rupturas sinceras e autênticas. A partir de então, as ações e atitudes de Francisco corresponderiam à decisão-resposta dada sem meios-termos. Além disso, ele procurou fortalecer este propósito na oração, na contemplação, na escuta e vivência do Evangelho.

Sem dúvida, Francisco soube ouvir (audire), soube compreender e soube obedecer (ob+audire) ao Evangelho. Aquela resoluta decisão foi o resultado dessa escuta, compreensão e obediência ao Evangelho. A certeza daquilo que queria, buscava e desejava só foi possível graças à sua adesão radical e profunda à proposta evangélica. Foi de maneira singular que ouviu, compreendeu e assumiu o Evangelho no começo e ao longo de sua experiência e vivência do mesmo. Portanto, a decisão-resposta de Francisco dizia respeito ao compromisso sincero com o Evangelho.

 

3- Os primeiros companheiros são aconselhados pelo Evangelho

 

Para Francisco, todo irmão que ia até ele era dado por Deus: “E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me ensinava o que deveria fazer, mas o próprio Altíssimo me revelou que deveria viver segundo a forma do santo Evangelho.” (Test 14). Francisco sabia muito bem o que isso significava na própria vida e na vida do irmão. A sua tarefa era de caminhar, juntamente com o irmão, sob a luz da “santa forma do Evangelho”. Sendo, pois, o irmão para Francisco uma expressão da ternura de Deus, a sua tarefa seria assumir o irmão como resposta à entranhada ternura de Deus e, assim, não podia se esquivar ou fazer corpo mole diante das responsabilidades fraternas, mas zelar e cuidar pelo irmão que havia recebido gratuitamente do Senhor. Por isso, da mesma forma que se colocava à disposição para atender as necessidades pessoais do Frei Leão (cf. Carta a Frei Leão), Francisco estava também aberto para servir a qualquer outro irmão na fraternidade. Essa era uma das expressões de como o Evangelho se tornara realidade concreta na vida fraterna, no seio da fraternidade primitiva.

Cada irmão que chegava era recebido por Francisco com entusiasmo e era por ele conduzido aos caminhos e conselhos evangélicos. Foi desse modo o que aconteceu com o primeiro companheiro, Frei Bernardo de Quintavalle e todos os demais irmãos. A experiência de Francisco foi inspiradora para Bernardo de Quintavalle (1Cel 24; 2 Cel 15,109; LM 3,3; LTC 27-29), Pedro Cattani (1Cel 25), Egídio (1Cel 25; LM 3,4; LTC 32; AP 14), Felipe Longo (1Cel 25), e outros tantos que vieram posteriormente (1Cel 31; LM 3,7).

Bernardo de Quintavalle é apresentado, nas Fontes Franciscanas, como o protótipo dos companheiros de Francisco. Ele sobressai na listagem dos irmãos da primeira hora e o seu nome aparece em primeiro lugar: “Escreve, como te digo: O primeiro irmão que o Senhor me deu foi Frei Bernardo, e: o que começou por primeiro e completou perfeitissimamente a perfeição do santo evangelho distribuindo todos os seus bens aos pobres.”(cf. Bênção a Frei Bernardo 1-2).

Contudo, essa precedência pode ser questionada se levarmos em conta a única passagem das fontes biográficas em que se faz referência a um desconhecido de Assis, sem a menção de seu nome, como sendo o primeiro companheiro do Poverello de Assis: “Entre estes, o primeiro que seguiu o santo foi um habitante de Assis, homem piedoso e simples.”(cf. 1Cel 24).

Não obstante as questões em torno de quem foi o primeiro ou o segundo, o acento que as fontes biográficas dão sobre a vocação de Bernardo – é o que interessa para a ocasião – recai sobre o jeito como Francisco acolheu e acompanhou Frei Bernardo no processo de discernimento evangélico: tomou-o pela mão e o conduziu ao encontro com o Evangelho, ou seja, como Francisco caminhou com o irmão (e com os irmãos) rumo à escuta e compreensão atenciosa do Evangelho (cf. 1Cel 24; 2 Cel 15,109; LM 3,3; LTC 27-29; AP 10-11; Fior 2). O foco de convergência era, pois, o Evangelho. Os conselhos e as orientações como se deveria caminhar foram dadas pelo Evangelho. E assim foi com cada irmão que queria viver com e como Francisco.

A busca inquietante do Evangelho, dos valores e dos segredos da vocação no Evangelho, fizeram de Francisco um atrativo para todas as pessoas, a ponto de provocar admiração e questionamentos nos companheiros de caminhada.

Francisco não atraía a ninguém pela beleza física, pelo conhecimento, discurso ou quaisquer outros aspectos afins. Foi sentindo-se incomodado por essa atração que Francisco causava nas pessoas, a ponto de Frei Masseo interrogá-lo, com certa ironia, como que duvidando da capacidade de Francisco: “Por que a ti? Por que a ti? Por que a ti?” (…). Por que todo o mundo anda atrás de ti e toda a gente parece que deseja ver-te e ouvir-te e obedecer-te? Não és homem belo de corpo, não és de grande ciência, não és nobre: donde vem, pois, que todo o mundo anda atrás de ti?”” (cf. Fior. 10). E de modo simples e sem se gabar das virtudes e qualidades pessoais, Francisco respondeu: “Queres saber por que a mim? Queres saber por que a mim? Queres saber por que todo o mundo anda atrás de mim? Isto recebi dos olhos de Deus altíssimo, os quais em cada lugar contemplam os bons e os maus: porque aqueles olhos santíssimos não encontraram entre os pecadores nenhum mais vil (…) nem maior pecador do que eu; e assim, para realizar esta operação maravilhosa, (…) me escolheu para confundir a nobreza, e a grandeza e a força e a beleza e a sabedoria do mundo; para que se reconheça que toda a virtude, e todo o bem é dele e não da criatura, e para que ninguém se possa gloriar na presença dele (…)”(cf. Fior. 10). A razão primeira e última da vida, da vocação, das qualidades e virtudes, das ações, das experiências fraternas com tudo e com todos e todas, de Francisco, era sempre o Senhor na e pela sua Palavra. Portanto, era com base na Palavra viva de Deus e, também, com base o seu testemunho de vida evangélico, que Francisco ajudava seus irmãos a reconhecerem o significado da própria vocação.

 

4- A consciência de um caminho a partir do Evangelho

 

A tomada de consciência sobre o que deveria fazer ou realizar, levou Francisco a uma opção clara em relação ao seu itinerário evangélico. Nada mais o poderia mudar de ideia nesse novo rumo que tomava a sua vida. Estava ele disposto a enfrentar as implicações dessa opção? O que significava para Francisco ser teimoso ou adversário em relação ao pré-estabelecido? Quais seriam os riscos que Francisco poderia incorrer ao levar adiante o seu “projeto de vida” quando se negava a aceitar o que já era definido e pronto, haja visto que a Instituição eclesial não admitia uma “outra forma de vida”? Estas são indagações pontuais colocadas a respeito da postura de Francisco naquele momento em que ele foi provocado e pressionado por alguns companheiros para abrir mão da “loucura” muito arriscada e sem precedentes. Nem mesmo a Instituição eclesial, à qual esses irmãos recorreram, conseguiu convencer Francisco para que mudasse de rumo.

A teimosia de Francisco surpreendeu àqueles que, de um jeito ou de outro, procuraram persuadir o Poverello para que desistisse desses planos perigosos. Porém, a percepção de Francisco da “via evangélica” estava assegurada pela convicção que tinha do próprio chamado de Deus. Por isso, Francisco não temia perder o definido ao assumir o imprevisível.
As fontes biográficas Legenda Perusina (LP 114), Espelho da Perfeição (EP 68), Legenda Maior de Boaventura (LM 4,10) e as narrações episódicas dos Fioretti (Fior 10) trazem notícias sobre o chamado Capítulo das Esteiras que aconteceu na Porciúncula com a presença de cerca de cinco mil frades. As duas últimas fontes, Fioretti e Legenda Maior, falam do Capítulo geral das Esteiras sob óticas peculiares e omitem qualquer dado sobre a resistência de Francisco à proposta dos frades para adotar uma das regras já em voga. Esse dado só aparece nas duas primeiras fontes, LP e EP.

Os textos de LP 114 e EP 68 descrevem com detalhes idênticos e distintos de percepção entre as duas redações a pressão sofrida por Francisco procedente da parte dos frades, sobretudo, “sábios e letrados” quanto à forma de vida querida pelo Poverello em contraposição à forma de vida querida por esses irmãos intelectuais. Os dois textos apresentam também a resposta enérgica e persistente de Francisco aos argumentos desses irmãos.

As duas referidas passagens das Fontes Franciscanas sublinham, entre outros elementos que poderiam ser analisados, os seguintes aspectos: a consciência que Francisco tinha da própria vocação como iniciativa de Deus; a certeza de que Deus queria fazer dele e através dele uma alternativa diferente para o mundo e no mundo; e a firme resistência de não aceitar uma forma de vida religiosa já estabelecida no então contexto, pois se sentia inspirado para trilhar por outro caminho.

Quanto à sua vocação, Francisco estava consciente de que era iniciativa de Deus: “Irmãos meus, irmãos meus, Deus me chamou pelo caminho da humildade e me mostrou o caminho da simplicidade…” (LP 114). Francisco olhava para mais longe e dizia na ocasião que o caminho que Deus lhe indicava era também para os seus companheiros presentes e futuros: “(…) e, na verdade, indicou-me este caminho, para mim e para aqueles que querem crer em mim e imitar-me.” (EP 68). Desse modo, Francisco percebia que o seu chamado tinha significado profundo para ele próprio e para os outros, pois era dádiva divina.

Ser “outro diferente” no mundo parecia muito claro para Francisco. Não se tratava de alguma proposta humana, mas de uma proposta por iniciativa divina: “O Senhor me manifestou o seu desejo de que eu seja um novo louco no mundo” (LP 114). O texto latino traz esta expressão: “unus novellus pazzus” (LP 114; EP 68). Há diferentes traduções para a citada expressão, que no fundo têm o mesmo sentido, no contexto da nova forma de vida ousadamente assumida pelo Poverello de Assis: “um moço doido”, “um novo alienado”, “um novo insensato” e “um novo louco”. Esta última expressão é a mais frequente. Tratava-se, pois, de um jeito estranho e desconcertante que mexia com os frades daquele momento e, também, com a Instituição eclesial. Francisco não teve medo de ser um “idiota” ou “alienado” ou até mesmo de ser classificado como tal pela sociedade da época.

E o terceiro elemento que destacamos do texto em análise salienta como Francisco recusou a sugestão dos irmãos para que adotasse uma das três reconhecidas regras que definiam o modelo de vida religiosa de então: “não quero que me falem de nenhuma Regra, nem de Santo Agostinho, nem de São Bernardo, nem de São Bento.” (LP 114). Francisco não só não queria saber de uma dessas regras, como também recusava qualquer outra forma de vida religiosa existente: “nem outro caminho e forma de vida além daquele que misericordiosamente o Senhor me revelou e concedeu.” (EP 68). A postura de Francisco andava na contramão do padrão de estrutura social, eclesial e religiosa do período. Sem dúvida, a radical opção de Francisco implicava insegurança, instabilidade e desconforto para aqueles que queriam andar por atalhos ou caminhos mais fáceis, isto é, por algo estável e mais cômodo que não exigiria esforços ou sacrifícios. Aceitando esta ou aquela forma de vida definida e pronta, Francisco fugiria certamente de sua inspiração primeira. Portanto, o ideal de Francisco que ora tinha seu início significava um projeto aberto e em construção e não algo feito e instituído.

A Regra Franciscana é a expressão da consciência da vocação de Francisco que tem como fonte principal o Evangelho de Jesus de Nazaré. Aliás, a forma vitae (forma de vida) ou a proposta de vida franciscana começa e termina no Evangelho. A Regra Não-Bulada (1221) se expressa assim: “Esta é a vida do Evangelho de Jesus Cristo, que Frei Francisco pediu que lhe fosse concedida e confirmada pelo senhor Papa. E ele o concedeu e confirmou para si e seus irmãos, presentes e futuros.” (RNBprol 2). E na conclusão da mesma Regra, há uma insistente exortação para que os irmãos se esforcem para colocar em prática a proposta de vida ora acolhida: “Em nome do Senhor! Rogo a todos os meus irmãos que aprendam o teor e o sentido das coisas que estão escritas nesta vida para salvação de nossa alma e que frequentemente as tragam à memória.” (RNBconcl 1).

Por sua vez, a Regra Bulada (1223) traz em sua abertura a densidade da vida segundo o Evangelho abraçada por Francisco e seus companheiros: “A Regra e vida dos Frades Menores é esta, a saber: observar o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade.” (RB 1,1). A parte final da presente Regra chamou (e chama) a atenção dos irmãos (e Francisco também se compromete – observemos) para a vivência prática dos valores evangélicos ali inseridos, a fim de que o conteúdo da forma vitae refletisse objetivamente no cotidiano da caminhada de cada um e de todos: “Observemos a pobreza e humildade e o santo evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, que prometemos firmemente.” (RB 12,4).

O cuidado de Francisco pela Regra não era senão o zelo pela observância e prática do Evangelho, pois considerava a Regra como a “medula do Evangelho”. Em outras palavras, a Regra contém o núcleo ou a essência do Evangelho para a vida de Francisco e dos seus companheiros.
Nessa direção, as fontes biográficas, sobretudo a Segunda Vida de Tomás de Celano e o Espelho da Perfeição, retrataram acentuadamente o zelo de Francisco pela profissão comum e pela Regra, o significado e a recomendação aos irmãos para que fossem fiéis à Regra até o fim: “Tinha um zelo ardente pela profissão comum e pela Regra(…). Pois dizia aos seus que a Regra era o livro da vida, a esperança da salvação, a medula do Evangelho, o caminho da perfeição, a chave do paraíso, o pacto da aliança eterna (…). Ensinou que se devia ter sempre a Regra diante dos olhos para dirigir a vida e, até mais, que com ela se deveria morrer (…).” (2Cel 208; EP 76).

A centralidade do Evangelho na vida de Francisco refletiu-se seriamente na vida de seus companheiros. Porque para Francisco e seus irmãos, o Evangelho-regra estava além de qualquer norma ou código de leis, isto é, o Evangelho era a Regra de vida e esta era aquele por excelência. Como bem entendia Francisco, a Regra não tinha (e não tem) validade em si mesma lida, refletida e vivida desligada do Evangelho. Ela dependia (e depende) do Evangelho para ser como tal. Assim, pois, a Regra Franciscana compreendia (e compreende) o próprio Evangelho a ser observado e vivido, isto é a Regra contemplava (e contempla) o conteúdo fundamental da experiência evangélica de Francisco e dos seus companheiros no seguimento de Jesus Cristo.

 

5- O ponto de partida é o ponto de chegada: caminhada para o Monte Alverne

 

A caminhada de São Francisco para chegar ao cume do Alverne não começou no sopé da montanha, mas teve como ponto de partida a abertura e disposição de São Francisco em acolher a iniciativa Deus, que o chamava para realizar a experiência de ascendência sacramental no topo do Alverne. O cimo do Monte Alverne representou o sublime alcance da busca de São Francisco, ou seja, o Alverne simbolizou (e simboliza) a realização plena do Projeto de Deus em e por São Francisco e o alcance daquilo que ele resolutamente queria, procurava e desejava: “É isso que eu quero, isso que procuro, é isso que eu desejo fazer de todo o coração.” (1Cel 22).

São Francisco não foi um alpinista aos moldes de hoje. As “escaladas” do Monte Alverne realizadas por São Francisco significaram a subida em termos de identificação com o Crucificado. Os estigmas foram o “resultado final” desse processo de configuração a Jesus Cristo. O Alverne representou para o Poverello de Assis o ponto de chegada de um caminho abraçado com determinação.

São Francisco expressou no seu Testamento que foi o Senhor que o impulsionou a começar um caminho diferente e radical a partir dos marginalizados e excluídos: “Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: como estivesse em pecado, parecia-me deveras insuportável olhar para leprosos.”(Test 1). Esta experiência com os excluídos e os marginalizados, como marco inicial de uma caminhada, cresceu e adquiriu sentido na vida de São Francisco com e no Evangelho.

Desde então, São Francisco buscava se identificar com o Crucificado de Nazaré (e os crucificados do seu tempo: os leprosos), aproximando-se daqueles que viviam fora dos muros da comuna de Assis. A misericórdia para com essa categoria de pessoas implicava para São Francisco na própria marginação e, por conseguinte, a identificação com Jesus Cristo, crucificado e marginalizado.

Os primeiros companheiros perceberam a profunda busca de São Francisco de identificação com Jesus em todos os momentos da vida. Como sublinhou Tomás de Celano, São Francisco “possuía” Jesus de forma incomparável, a ponto de renunciar e desapegar-se de si mesmo e de qualquer outra coisa para poder aderir profunda e totalmente a Jesus. Acentuando a persistência do Poverello no seguimento de Jesus Cristo, Celano descreveu assim: “O bem-aventurado pai São Francisco, que teve a imagem e a forma de um Serafim, fez tudo isso com perfeição, porque perseverou na cruz e mereceu voar para a altura dos espíritos sublimes. Viveu sempre na cruz, sem fugir jamais das fadigas ou sofrimentos, para poder cumprir por si mesmo e na sua pessoa a vontade de Deus.

Os frades que conviveram com ele sabem, além disso, que estava todos os dias e a toda hora falando sobre Jesus(…). Tinha Jesus de muitos modos: levava sempre Jesus no coração, Jesus na boca, Jesus nos ouvidos, Jesus nos olhos, Jesus nas mãos, Jesus em todos os outros membros.” (1Cel 115).

Para alcançar o cume do Alverne, São Francisco não foi sozinho e nem por conta própria, mas na companhia de alguns irmãos. Subiu o Monte orientado pelo Evangelho. A partir de alguns indicativos das Fontes Franciscanas podemos seguir passo a passo a caminhada de São Francisco até o alto do Monte Alverne. Foi aí que ele quis ser crucificado como o Crucificado. Convém, pois, caracterizar alguns aspectos dessa subida e dessa crucificação.

O primeiro dado a ser destacado diz respeito à obediência de São Francisco ao Evangelho. Em outras palavras, São Franciscano buscava aconselhar-se pelo Evangelho sobre “a paixão e a cruz do Senhor”, que agora queria experimentar no próprio corpo. Isto se deu também no começo de sua conversão. Foi escutando o Evangelho que São Francisco assumiu o Projeto de Deus para sua vida e, mais determinadamente agora, ao assumir a realidade total do Crucificado. Portanto, o primeiro passo para o Alverne precisava ser iluminado pelo Evangelho: “Tendo, pois, orado muito, tomou do altar o sagrado livro dos Evangelhos, e o fez abrir em nome da Santíssima Trindade pelo companheiro, homem devotado a Deus e santo.

E como nas três vezes em que abriu sempre caiu na Paixão do Senhor, o homem cheio de Deus entendeu que, como tinha imitado Cristo nos atos de sua vida, assim deveria conformar-se a Ele nas aflições e dores da paixão, antes de passar deste mundo.” (cf. LM 13,2; cf. também 1Cel 92). Desse modo, São Francisco foi ao Evangelho para descobrir a vontade de Deus e assim realizar em sua própria pessoa aquele propósito, pois a busca de identificação com o Crucificado estava desde muito tempo internalizada em seu coração.

Um segundo aspecto, sublinhado por alguns textos, acentua a caminhada de São Francisco para o Monte Alverne. Este caminho de São Francisco estava relacionado ao caminho que fez para o próximo, o irmão, e para as irmãs criaturas. São Francisco tinha um olhar voltado para Deus (Monte Alverne) e outro olhar voltado para o irmão (Fraternidade) e todas as criaturas (a Criação). Foi de maneira decidida que ele caminhou para o cume da Montanha, para ali realizar a experiência do abandono total em Deus, sua razão última e única de vida. São Boaventura descreve essa subida assim: “Francisco, homem angélico, tinha por costume nunca perder tempo na busca do bem; antes, (…) ou subia para Deus ou descia para o próximo(…). Por isso, dois anos antes de entregar seu espírito ao céu, foi conduzido pela divina providência, depois de múltiplos trabalhos, para um lugar elevado e solitário chamado Monte Alverne.” (LM 13,1; 1Cel 91).

Outro elemento que podemos ressaltar se refere ao desejo de São Francisco de ser crucificado como Cristo. Contudo, de acordo com algumas fontes biográficas, esse desejo, estava estreitamente ligado à iniciativa primeira de Deus: “O próprio Deus, querendo mostrar ao mundo inteiro o fervor desse amor e a perene memória da paixão de Cristo, que ele trazia em seu coração, honrou-o magnificamente, ainda em vida, com a admirável prerrogativa de um singular privilégio. Pois, como era elevado a Deus pelos ardores seráficos dos desejos, e se transformava por uma doçura compassiva naquele que por enorme caridade quis ser crucificado (…)” (cf. LTC 69; AP 46). Era o Senhor quem empurrava São Francisco para frente, para encontrar-se com o Crucificado.

Por fim, o ponto máximo da experiência do Alverne não estava na superação do caminho escabroso do Monte, mas no “encontro” e “identificação” com o Crucificado (imagem do Serafim e impressão dos Estigmas). As fontes biográficas que tratam do assunto, procuram detalhar a visão do “Serafim crucificado” e a “estigmatização” de São Francisco com os mesmos sinais do Crucificado (1Cel 94;
1Cel 95; 3Cel 4; LM 13,3; LTC 69; AP 46).

Aquilo que São Francisco experimentou significava o que ele havia buscado ser para Deus, para o próximo e para o mundo: “enquanto viveu crucificado o servo do Senhor crucificado!” (1Cel 95). Portanto, ao compreender e assumir o Crucificado,São Francisco havia encarnado em plenitude o Projeto de Deus e se tornava o “testamento” vivo do Crucificado. A loucura de São Francisco inspirava a muitos “outros loucos” apaixonados pelo Evangelho, pelo irmão e pelas criaturas.

 

UMA POSSÍVEL CONCLUSÃO

 

A relação entranhada que São Francisco tinha com o Evangelho é realçada de ponta a ponta pelas Fontes Franciscanas. Nunca tomava decisões precipitadas ou por conta própria, mas antes de tudo recorria ao Evangelho e observava os conselhos ali encontrados no intuito de obter segurança naquilo que devia abraçar e assumir.

Desde o início de sua conversão, São Francisco teve o coração e os ouvidos abertos para escutar o Evangelho. Essa atitude lhe possibilitou enveredar pelas trilhas evangélicas, recusando qualquer proposta feita pelos irmãos ou pela Instituição eclesial e acolhendo somente aquela que o Senhor lhe indicava, como ele próprio lembra no seu Testamento: “…ninguém me ensinava o que deveria fazer, mas o próprio Altíssimo me revelou que deveria viver segundo a forma do santo Evangelho. (Test 14).
A decisão de São Francisco de caminhar para o Evangelho, depois de um lento processo de amadurecimento, significava realizar experiências nas situações concretas do Crucificado (com quem se identificou), dos crucificados (os leprosos) e de todos os que sofriam os estigmas de estar às margens do poder político, religioso, econômico e social.
O referencial ou o ponto de partida do itinerário vocacional de São Francisco sempre foi o Evangelho, encarnado e vivido na concretude do chão da fraternidade, da Igreja e do mundo. Assim o devia ser para os entusiasmados e contagiados por uma utopia desconcertante, de ser “um novo louco no mundo” como o foi São Francisco para a sua época. Portanto, partir do Evangelho com e como São Francisco implicava andar na contramão do pré-estabelecido e definido.

 

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Sobre o autor
Frei Luiz Pinheiro Sampaio
Luiz Pinheiro Sampaio, Sacerdote. Nasceu na cidade de Novo Oriente, Ceará, aos 27 de maio de 1964. Membro de uma família de raízes e valores católicos, ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap).

Iniciou sua formação religiosa no ano de 1988, quando começou os estudos de Filosofia, em Goiânia (GO), tendo obtido a licenciatura pela então Universidade Católica de Goiás (UCG). Entre os anos de 1992 e 1995, cursou Teologia em Campo Grande (MS). Posteriormente, nessa mesma cidade, em 2009, iniciou o curso de Letras, na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Problemas com a visão, levaram-no a interromper os estudos, no início do segundo período letivo.

Ordenado sacerdote no ano de 2003, trabalhou em várias localidades, como Nova Fátima (GO), Piracanjuba (GO), Caseara (TO), Campo Grande (MS), Ceilândia (DF). Atualmente, exerce seu ministério na capital de Goiás.