Páscoa é comunicação
O Solene Tríduo Pascal: memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo é a grande prova de amor que o próprio Deus dá à humanidade, entregando-se, através de seu Filho, na Cruz.
Com o passar do tempo, nós demos forma à memória pascal celebrando esse rito: aproximando-nos do Cristo chagado, acompanhando-o na Via Crucis até a morte no Calvário e alegrando-nos com o anúncio da sua ressurreição.
Não trata-se aqui de uma mera tradição, mas de uma memória, um viver outra vez, repetir o gesto encarnado na nossa fé: é anamnese.
Como instituição permanente, o Mistério da Páscoa é sinal visível da nossa libertação. Para o povo que errava nas trevas (Mt 4, 16) o Cristo, sol de justiça, comunica uma nova vida.
Nestes tempos de isolamento social, devido à Pandemia do Novo Coronavírus, talvez nos sintamos afastados de todos estes mistérios. Mas é verdade que há muito tempo vivemos uma época de transformação no modo em que nos relacionamos.
O advento dos meios de comunicação, especialmente por meio das mídias digitais, nos levou a uma nova experiência de aproximação. Com intervalo de 3 a 5 segundos é possível cruzar o oceano, por exemplo, e nos encontrar com que está distante.
É bem verdade também que, em nossa relação com Deus, não há necessidade de interferência dos meios de comunicação, pois Jesus nos deixou conectado direto ao Pai. Em tempos normais não podemos deixar os meios digitais prevalecer nestas relações.
Bom, mas como membros de uma comunidade-povo, estes meios nutrem nossas relações e, neste ano, nos levam a celebrar os Mistérios de Cristo sob uma nova perspectiva.
Não é tempo de isolamento, é tempo de aproximação! Bem vindo ao advento das redes sociais! Bem vindo à revolução tecnológica! Bem vindo ao tempo de relacionamentos!
Sei que, quando pudermos nos encontrar, nossos abraços serão diferentes, nossos olhares serão mais humanos, nossos sorrisos serão mais fáceis. Sei que tudo isso vai passar, mas nosso amor fraterno, esse tende a aumentar.
Estamos com saudades!