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Esquizofrenia digital

Publicado por Frei Jaime Bettega | 12/05/2015 - 10:31

Cuidar da família é o melhor de todos os investimentos. O aprendizado do lar pode influenciar terminantemente na conduta e no jeito de viver.

 

 

O fascinante mundo digital tem gerado alguns temores. As consequências já são visíveis. O que facilitou e continuará facilitando a vida tem apresentado indicativos que merecem atenção. O termo ‘esquizofrenia’ caracteriza um tipo de transtorno mental. Os sintomas são variados ao ponto de formar um conjunto de riscos e ameaças. Independentemente da idade, todo excesso pode comprometer a normalidade da vida e desencadear uma série de atitudes e ensamentos que podem levar à autodestruição.

Estar diante de uma ferramenta que elimina distâncias e desencadeia instantaneidade requer uma formação extraordinária e um senso crítico aprimorado. Tudo o que pode ser ótimo, poderá ser péssimo, ao mesmo tempo. A velocidade é a marca mais visível em nossos dias. Sem falar que a pressa tem estressado muitas pessoas. De fato, há sinais de um verdadeiro transtorno somado à ansiedade e ao vazio existencial. Não se trata de voltar no tempo e fazer comparativos. Cada ciclo histórico tem ganhos e perdas. Aquele jeito pacato de levar a vida jamais retornará. Outros tempos aguardam por outras respostas.

Os valores humanos, quando colocados em segundo plano, abrem espaço para diversas manifestações e consequências. Os meios deveriam contribuir para tornar a vida mais plena. Se as doenças começam surgir e os sintomas se tornam preocupantes é necessário ir à raiz do problema. Um transtorno é apenas sinalizador de que algo não está bem. Ficar muito tempo na internet compromete a saúde física e mental, além de abalar as relações humanas.

Não são poucas as famílias que deixaram de dialogar e de conviver afetivamente. Na hora das refeições, os celulares distraem os olhares, a TV rouba a cena, o silêncio se impõe, impedindo expressões de pertença mútua. A distribuição do tempo depende da escala de valores: gasta-se mais tempo no que é mais importante. Porém, é necessário ter prioridades. A vida é o dom maior. O primeiro contato com a vida se dá através de um saudável ambiente familiar.

Cuidar da família é o melhor de todos os investimentos. O aprendizado do lar pode influenciar determinantemente na conduta e no jeito de viver. A convivência diária não se dá mais pela quantidade de tempo, mas pela qualidade das relações. A ternura inspira a pertença mútua, entrelaça sonhos e favorece o comprometimento. Onde há amor, a esquizofrenia dificilmente se aproximará.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre o autor
Frei Jaime Bettega

 Frei Jaime tem formação em Filosofia, Teologia, Administração de Empresas, Pós Graduação em Gestão de Pessoas e Mestrado em Administração, com enfoque na Espiritualidade nas Organizações. Professor de Ética Organizacional do curso de Administração de Empresas da UCS.,  Coordenador da Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados (Lefan) e é o fundador do Projeto Mão Amiga, que auxilia crianças carentes.
Apresentação do programa, na rádio São Francisco SAT (560 AM)e Articuladro do Jornal Correio Riograndense e colunista no Pioneiro.