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Morte e Amor.

Publicado por Frei Gabriel Francisco Cavalli | 25/11/2016 - 08:00

Uma das questões existenciais que, talvez, mais nos aflige é a questão da morte. A pergunta do nosso ser existencial é: “estamos dispostos a morrer”? A vida é um confronto com a morte. Existe uma luta constante entre o querer viver e o querer morrer. Perturba-nos a ideia de alguém querer ou desejar a sua morte ou a morte de outrem. O fato de alguém não lutar pela própria vida nos incomoda.

A vida é única para cada um de nós. A consciência de não termos duas chances, nos provoca a defendê-la a todo o custo. Estamos condenados a morrer. Essa é a única certeza. Com a morte surgem novas interrogações. O que me espera após a morte? Uma vida eterna ou simplesmente o nada?

Encontramos muitas definições para a morte. A definição de Ladislau Boros é genial: “Apenas na morte é possível o total devotamento ao amor, pois somente na morte nos entregamos completa e incondicionalmente. Por isso, também, os amantes penetram tão simples e puramente na morte; eles não se encontram no além, mas no espaço interior do amor”.

O morrer é uma experiência original. O ato da morte é um processo de amor. Temos que estar desprendidos de tudo e de todos. A morte é um caminho, onde, estou sozinho. É preciso confrontar-me comigo mesmo.

Para nós, cristãos, a morte é passagem. Da vida corporal para a vida da nossa alma imortal. Cristo ressuscitou verdadeiramente. Essa é a nossa fé: crer na ressurreição de Cristo e na nossa ressurreição. “Como é que alguns de entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. Mas, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram” (1 Cor 15, 12-14, 20).

Sobre o autor
Frei Gabriel Francisco Cavalli

Gabriel Francisco Cavalli, é membro da Província dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul, formado em bacharel e licenciatura em filosofia pela Universidade Católica de Pelotas, bacharel em teologia pela ESTEF. Atualmente trabalha na pastoral paroquial.