Capuchinhos participam de Romaria da Terra

Cerca de 12 mil romeiros, do Estado do Rio Grande do Sul, na sua maioria integrantes de Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), Movimentos e Pastorais Sociais, participaram da celebração, que neste ano comemorou os 40 anos de existência e caminhada em prol de uma vida mais digna para todos, e de modo especial aos Povos Indígenas, Quilombolas, Sem Terra e Agricultores Familiares e teve como tema: “Romaria da Terra: 40 anos de Luta e memória das conquistas. ” E como lema: “ Terra de Deus, terra de irmãos. ”

O noviço frei Júlio Trindade,  natural de Rondônia, que participou pela primeira vez da Romaria diz: “Antigamente via o MST como um povo que simplesmente invadia as propriedades alheias, mas conhecendo um pouco sobre o Movimento e participando desta Romaria percebi que estava enganado quanto a isso. Lá pude realmente ver a garra e a coragem de pessoas que lutam por seus direitos e uma vida mais digna, a ponto de doar sua vida. Durante a caminhada li uma frase em um cartaz, que me marcou profundamente, ela foi proferida por Rôse, uma das mártires desta luta: ‘Prefiro morrer lutando do que morrer de fome’. Foi uma experiência muito boa, muito aprendi com o testemunho das pessoas que lá convivi e pude conhecer”, conclui o capuchinho.

A acolhida dos participantes, iniciou por volta das 7h30min. no Instituto Educar e seguiu caminhada até a Comunidade Nossa Senhora Aparecida, onde aconteceu uma celebração eucarística, celebrada por Dom Rodolfo Luís Weber (Arcebispo de Passo Fundo) e concelebrada por vários bispos e sacerdotes de diversas dioceses do Estado. O almoço foi partilhado e durante a tarde houve Tribuna Popular. Também foi realizada no local uma feira com produtos da Reforma Agrária. A bênção de envio foi realizada por volta das 16hs e foi comunicado que a 41ª Romaria será realizada na Diocese de Osório, em 2018.

Durante a caminhada de cerca de 2km foram celebradas as conquistas por meio da luta popular e a memória dos mártires que doaram suas vidas ao longo dos anos de luta contra o sistema econômico, social e político vigente no país; o agronegócio; a lógica de acumulação, da ganância, que gera divisões sociais, exploração, opressão, sofrimento e morte. Que impedem o homem de ter vida, e vida em abundância.

Por: Frei Cristian Martins Almeida
Fotos: Frei Thalles Bruno
(Fraternidade São Boaventura – Marau /Noviciado)