Frei Daison Fermino de Sá emite votos solenes

 Frei Daison Fermino de Sá, um jovem e entusiamado frade, (26), despertou sua vocação de irmão capuchinho, ao participar do projeto infância missionária na comunidade litorânea ao sul do Rio Grande do Sul, São José do Norte, ali foi o berço do chamado vocacional do jovem frade.

No sábado 17 de dezembro, definitivamente assume a vida religiosa capuchinhos como irmão leigo consagrado. Nascido em São José do Norte, no litoral sul do Rio Grande do Sul.  Filho de Candiomar Lisboa de Sá e Mar Estela Fermino de Sá. Tem um irmão de 19 anos, chamado Gustavo Fermino de Sá.

Em uma entrevista, frei Daison fala da sua trajetória   e motivação para este passo significativo de sua vida. leia a entrevista:

Cap – como despertou sua vocação à vida religiosa?

 Daison Sá: Os freis capuchinhos, por 30 anos trabalharam na paróquia São José do Norte, de onde sou natural, por volta de 2007, envolvido com atividades da paróquia, na Infância e Adolescência Missionária. Certo dia, fui convidado pelo pároco se gostaria de ser frei capuchinho. Pergunta essa que me fez pensar em conhecer um pouco mais a vida dos frades. Assim, participei de um encontro vocacional que me despertou mais ainda o desejo de ser frade.

Cap -  O que te levou a decidir para a vida capuchinha?

Daison Sá:Ao participar do encontro vocaciona, mais tarde conhecendo a vida dos frades, percebi que poderia colaborar com as coisas de Deus. Motivado pelas atividades que fazia com as crianças e adolescentes na comunidade, de modo especial, para com aqueles que mais precisavam, me senti provocado e sensibilizado em quer “ser” mais para eles. E com os frades e pela forma como viviam fui interpelado e percebi que ali poderia “ser” mais para aqueles precisam.

Cap -  neste período de vida capuchinha, o que você estudou, morou?

Daison Sá:  Ingressei no ano de 2008, na etapa do Aspirantado, na cidade de Ipê, conclui o 3º ano do Ensino Médio. Em 2009, reside em Flores da Cunha fazendo o postulado I, período de aprofundamento da vida de Francisco e Clara de Assis vivenciando a vivência fraterna. Em 2010, realizei a etapa do Postulado II em Caxias do Sul, no Santa Fé, período de grande aprendizados e experiência na ACPMen (Associação Centro de Promoção ao menor). Em outubro do mesmo ano, 2010, ingressei no ano canônico do noviciado, na cidade de Marau, etapa mais importante da vida religiosa, até outubro de 2011, quando professei pela primeira vez os votos de viver em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Do final do ano de 2011 até 2014 retorno a Caxias do Sul, onde estudei filosofia na UCS (Universidade de Caxias do Sul). Desde 2015 resido em Canoas, onde estudo teologia na ESTEF  - Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana.

Cap -  O que é ser um capuchinho?

Daison Sá: Ser capuchinho é abraçar o ideal de São Francisco de Assis, no seguimento a Cristo. De uma forma simples, austera vivendo a alegria do Reino de Deus, sendo sinal de esperança, de paz. Junto com fraternidade, como irmãos, ser capaz e dar um testemunho da verdadeira experiência de Deus. Experiência essa que é transmitida com amor, lado a lado, com o povo de Deus.

Cap -  Quais são os desafios para sua vida a partir de agora?

            Seguir Francisco é abraçar o leproso, ou seja, abraçar aquele que sofre e na maioria das vezes é colocado a margem da sociedade, sofrendo a discriminação e a indiferença social. Acredito que o desafio maior é ser presença de paz, de comunhão, construtores de ponte nas relações, onde o Outro seja importante e merecedor de amor e respeito.

Cap -   que é votos solenes?

            Realizarei meus votos perpétuos no dia 17 de dezembro, domingo esse considerado pela liturgia, o domingo da alegria. “Alegrai-vos”! Tantos serão os motivos para celebrar e alegrar, primeiro e principal motivo é: está chegando o dia do nascimento do menino Jesus, razão pelo qual desejo consagrar minha vida ao Deus que se encarnou no mundo para trazer a experiência do amor verdadeiro. Consagrar a Deus, fazer os votos perpétuos é professar diante Dele e da Igreja os votos de viver em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Podemos dizer que é viver a liberdade inteiramente ao Reino de Deus.

Cap -  Qual seu lema e porquê? o que  significa?

            “Não perca de vista seu ponto de partida”. Lembro que ser franciscano capuchinho é viver também da espiritualidade Santa Clara de Assis, ela que se espelhando e desafiada por Francisco se coloca no seguimento do Cristo pobre e humilde e essa frase Santa Clara escreve em uma das suas cartas a Inês, sua irmã.

Nossa vida é feita de um ideal, movida por sonhos e por mais utópico que possa parecer nunca devemos deixar de ir em busca do que sonhamos um dia. E santa Clara quando escreve a sua irmã, Inês, demonstra que na caminhada devemos partir daquilo que sonhamos e somos, por isso não devemos perder de vista aquilo que nos motiva a estar na caminhada. E viver o evangelho é o ponto de partida de Francisco de Assis, essa forma de vida que quero abraçar, essa é a motivação inicial que procuro conformar na minha vida.

Cap – Porque a escolha da sua cidade natal e não outra para a realização dos Votos?

Escolho São Jose do Norte pois, pois, aí, é meu “ponto de partida”, neste lugar que comecei a sonhar o ideal de Francisco e Clara de Assis. Neste lugar que aprendi a ser irmão consagrado. Nada mais simbólico que professar definitivamente os votos, junto daqueles que te impulsionaram e provocaram para que o sonho do Reino de Deus possa acontecer aqui e agora.