Romaria de Frei Salvador reúne sete mil pessoas em Flores da Cunha

Na tarde de quinta-feira (26), passou pelas ruas de Flores da Cunha cerca de sete mil pessoas rumo a 28ª Romaria ao Eremitério Frei Salvador. A procissão iniciou às 13h30min, defronte ao salão comunitário e seguiu até o Eremitério Frei Salvador, distante cerca de dois quilômetros do centro. O ato de fé e devoção foi conduzido pelo postulador local da Causa de Beatificação de Frei Salvador Pinzetta, Dom Angelo Salvador, pelo pároco da Igreja Matriz, frei Valdivino Salvador, diversos freis e padres, seminaristas, ministros da eucaristia e lideranças comunitárias.

Ao chegar ao Eremitério Frei Salvador, a recepção aos romeiros foi feita pelo ministro provincial dos Capuchinhos no RS, frei Cleonir Paulo Dalbosco, outros freis e por um grupo de seminaristas, responsável pela animação da celebração. O provincial destacou o tema: “Misericórdia: novo nome da caridade de Frei Salvador”, baseado no Ano da Misericórdia, instituído pelo papa Francisco, citando as principais características de Frei Salvador – simplicidade, humildade, trabalho, oração e amor aos mais necessitados. “Quem faz o bem e deseja o bem a si e aos outros, está no caminho da santidade”, afirmou. 

Na ocasião, foi recordado o Dia de Corpus Christi e a ampla relação que está data tem com Frei Salvador, por ele ter sido excepcional devoto da Eucaristia; ter morrido na véspera dessa festa (em 1979); e por ter sido o primeiro Ministro Extraordinário da Eucaristia da Paróquia de Flores da Cunha, nomeado pelo bispo, em 1970. A proteção de Nossa Senhora de Caravaggio, padroeira da Diocese de Caxias do Sul, também foi invocada, uma vez que hoje celebramos os 584 anos da aparição para Joaneta, na Itália. Outro fato que recebeu destaque foram os 120 de anos da presença dos freis Capuchinhos no RS.

Além dos tradicionais pãezinhos foram distribuídas 900 mudas de 10 diferentes variedades de árvores nativas e frutíferas; 30 mil mudas, entre temperos, chás, hortaliças e flores e 1.800 sementes de legumes e hortaliças. O gesto relembra a prática comum de Frei Salvador. Para o pároco, Frei Valdivino, o público superou a expectativa. “Nós prevíamos que pudesse ter menos gente, até mesmo em função de Caravaggio, mas estamos muito satisfeitos com a participação. Isto prova a devoção e o carinho que Frei Salvador desperta nas pessoas de Flores da Cunha, dos municípios da Região, de outros locais do Estado e até de fora”, comenta. Um grupo de 28 pessoas de Porto Alegre, com mais de 60 anos participou pela primeira vez da Romaria e ficou surpreso pela quantidade de devotos e pelo belo local de acolhimento e oração.

Ao final da celebração o provincial consultou o público sobre a ideia dos organizadores de trocar a data da Romaria para o domingo seguinte a Corpus Christi, para ter um dia inteiro dedicado ao Frei Salvador, mas a mudança ainda será melhor avaliada. Dom Angelo Salvador, aproveitou a presença dos devotos de Frei Salvador para explicar o andamento do processo de beatificação, iniciado em 1977 e retomado em 2011. No momento está na etapa do Inquérito Diocesano sobre as virtudes de Frei Salvador. O relatório sintético da Causa, chamada Positio, passou do relator, no fim do ano passado, para as mãos de todos os membros da Congregação das Causas dos Santos. Quando estes tiverem estudado o relatório o presidente da Congregação convocará uma Assembleia Plenária. Se a Positio for aprovada, o Servo de Deus, Frei Salvador, será declarado Venerável. A partir de então, o processo retornará à Diocese de Caxias para que realize novo Inquérito, a fim de comprovar um milagre, necessário para a sua beatificação.

A Romaria foi antecedida de manhã pela missa campal, celebrada pelos freis, na nova praça central de Flores da Cunha, reunindo cerca de seis mil pessoas. As ruas no entorno foram decoradas com os tradicionais tapetes, confeccionados com a utilização de serragem colorida pelos moradores, prefeitura e diversas entidades locais. Um dos tapetes retratou Frei Salvador contemplando a imagem de Nossa Senhora de Fátima, da qual era devoto. 

Textoe fotosm3u2mporr: Margô Segat