Frei Antônio Benedito Patarello
Frei Antônio Benedito Patarello (Frei Lino de Brotas) era o primogênito de cinco filhos do casal Emílio Francisco Patarello e Luzia de Sanctis Patarello. Nasceu em Brotas-SP, aos 5 de novembro de 1935. Foi batizado pelo Pe. Domingos Ciudad, na igreja Nossa Senhora das Dores de Brotas, aos 2 de fevereiro de 1936 e crismado na capela São Sebastião por Dom Gastão Liberal Pinto. Fez a Primeira Eucaristia na capela Santo Antônio, alto da serra, paróquia de São Pedro, em 1949.
Seminários
Entrou para o Seminário São Fidélis de Piracicaba aos 2 de fevereiro de 1952. Em 1956 foi para o Seminário São José, Mococa, concluir os estudos seminarísticos e preparar-se para o noviciado.
Noviciado e Profissão
Vestiu o hábito franciscano capuchinho em Taubaté, convento Santa Clara, iniciando o noviciado aos 23 de dezembro de 1957. Foi seu Mestre Frei Marcos Brevi. Emitiu a profissão temporária, perante Frei Henrique Verussa, no dia 24 de dezembro de 1958. Fez a profissão perpétua perante Frei Cipriano de Monte Mór, em São Paulo, igreja Imaculada Conceição, aos 4 de fevereiro de 1962.
Filosofia, Teologia e Ordenação
Estudou Filosofia no convento São José de Mococa nos anos 1959 a 1961 e Teologia em São Paulo, convento Imaculada Conceição, nos anos 1962, 1963, 1965 e 1966. Em 1964 fez um ano de estágio na paróquia Imaculada Conceição de Birigüi. Recebeu a Primeira Tonsura conferida por Dom Vicente Marchetti Zioni, em São Paulo, aos 22 de dezembro de 1962. Dom Antônio Ferreira de Macedo, CSSR conferiu-lhe as Ordens Menores, em São Paulo, aos 15 de setembro de 1963. Foi ordenado Subdiácono por Dom José Lafayete Ferreira Alvares, em São Paulo, aos 25 de setembro de 1965 e Diácono, aos 18 de dezembro de 1965, na Catedral Metropolitana. Recebeu a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Aníger Francisco Maria de Melilo, na igreja Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba, no dia 25 de junho de 1966.
Ministério sacerdotal
Foram poucas as paróquias e conventos em que Frei Antônio exerceu o ministério sacerdotal e prestou serviço à Província e ao Povo de Deus. Depois de ordenado, em toda a sua vida pertenceu somente às paróquias e conventos de Mococa, Nova Veneza, Santos, São Paulo e Santo André.
Em 1967, no primeiro semestre permaneceu em São Paulo, Imaculada Conceição, como estudante de Pastoral. No segundo semestre do mesmo ano, em Mococa, foi encarregado das Vocações, Delegado Distrital da OFS (Ordem Franciscana Secular) e Capelão de Itaiquara. No Segundo semestre de 1968, fez o Curso de Pastoral da CNBB, no Rio de Janeiro.
Em 1969, transferido para o Seminário São Francisco de Assis de Nova Veneza, foi auxiliar no Seminário, Secretário Vocacional, Prefeito Provincial da Formação e encarregado da Fraternidade da OFS (Ordem Franciscana Secular) de Campinas.
Em Santos, paróquia Santo Antônio do Embaré, de 1970 a 1974, foi vigário cooperador. Em 1975, foi nomeado pároco da mesma paróquia, Reitor da Basílica Santo Antônio do Embaré e Guardião do convento até 1977. Além de pároco e Guardião foi membro do Conselho de Presbíteros da Diocese de Santos.
Vigário Provincial, Guardião e Pároco em São Paulo
No 11º Capítulo Provincial, realizado em Nova Veneza de 21 a 25 de novembro de 1977, Frei Antônio Benedito Patarello foi eleito 1º Definidor e Vigário Provincial. Para desempenhar este serviço, foi transferido para São Paulo. De 1978 a 1980, foi Guardião do Convento e Pároco da paróquia Imaculada Conceição, São Paulo. Findo o triênio, permaneceu como Pároco da mesma paróquia até 1983.
Guardião e Pároco em Santo André
Na disposição das famílias religiosas para o triênio de 1984 a 1986, recebeu transferência para Santo André, como Guardião da Fraternidade e Pároco da Paróquia Santo Antônio da Vila Alpina. Aí permaneceu até o desenlace. Nas paróquias em que foi Pároco, Santos, São Paulo e Santo André, deixou marcas profundas. Pena que sua organização e trabalhos pastorais por ele começados não tiveram continuidade.
Morreu na festa da Páscoa da Ressurreição
No dia 8 de março de 1988, vitimado por um acidente em Santo André, Frei Antônio foi internado no Hospital São Camilo, em São Paulo, para uma delicada cirurgia, pois houve fratura na coluna vertebral. Só foi possível fazer a cirurgia no dia, 26 de março porque seu estado geral de saúde exigira sérios exames médicos e preparação muito cuidadosa. Já estava para deixar a UTI quando, surpreendido por embolia pulmonar, faleceu no dia 3 de abril, Páscoa da Ressurreição de 1988. As exéquias se realizaram em São Pedro-SP, onde mora sua família. Presidiu-as o Ministro Provincial Frei Ismael Martignago, com presença de muitos sacerdotes, religiosos, irmãos, parentes e amigos. Foi sepultado no Jazigo de sua família, no cemitério de São Pedro.
Filósofo
Frei Inácio Stênico, professor de Filosofia falecido 15 dias depois (+18.04.1988), afirmou que Frei Antônio foi o estudante mais inteligente que passou pelo estudantado de Mococa, no seu tempo de professor. Não era apenas estudante de Filosofia, com grande capacidade de conhecimento, mas era realmente filósofo. Não era possível dar-lhe outra nota a não ser 10.
Testemunho do Ministro Provincial
Dom Frei Daniel Tomasella, Bispo emérito de Marília, então Ministro Provincial, no pedido para que o Ministro Geral o nomeasse Prefeito dos Estudos do Seminário de Nova Veneza, entre outras exigências requeridas, atestou que “Frei Antônio possuía os dotes necessários para ser Prefeito Provincial dos Estudos do seminário”, “é exemplar na observância religiosa, entusiasta da vida franciscana capuchinha e mostra verdadeira tendência à perfeição religiosa”. (Carta de 26 de março de 1969).
Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo
Frei Antônio Patarello, além dos cargos ocupados na Província, de pertencer ao Conselho de Presbíteros da Diocese de Santos, de 1980 a 1983 foi Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, Setor III, Cerqueira César. Dom Paulo Evaristo, Cardeal Arns, tinha grande admiração por ele, pela inteligência, pela sua coerência, pela sua dedicação aos pobres e zelo pastoral aplicado com extraordinária lucidez. Dom Paulo Evaristo formou uma Comissão de todos os Coordenadores de Pastoral para organizar e realizar a Assembléia Arquidiocesana para elaborar o Diretório Arquidiocesano de Pastoral. Dom Paulo fez questão de nomear Frei Antônio coordenador da Comissão e Assembléia.
Coerência de vida
O que ressaltava em Frei Antônio Patarello era a sua coerência de vida. Em tudo mostrava retidão de comportamento. Na Província, não pretendeu cargos além de Guardião e Vigário Provincial. Foi coerente em relação a seus ideais de Padre, de Pároco e Coordenador de Pastoral. Por isso, agradava profundamente aos honestos e incomodava os incoerentes.
Para os pobres era pai, sem ser paternalista. Ele mesmo afirmava que às vezes parecia ingênuo perante os aproveitadores, mas a sensibilidade do coração falava mais alto.
A Província dos Capuchinhos de São Paulo foi atingida por uma profunda dor causada pelo falecimento deste confrade. Sua bondade e inteligência, sua dedicação aos pobres e zelo pastoral aplicado com extraordinária lucidez deixou grande saudade no coração de seus colegas e de todos os que o conheceram e participaram de sua amizade.
Frei Antônio Patarello viveu 52 anos de idade, sendo 29 de vida religiosa franciscana capuchinha e 22 de ministério sacerdotal.
Frei Joaquim Dutra Alves, O.F.M. Cap.