No dia 25 de setembro recordamos o Dia Nacional do Trânsito. A data foi instituída a partir da criação do Código de Trânsito Brasileiro, em setembro de 1997, e infelizmente parece ser pouco divulgada, senão pelos órgãos oficiais de engenharia de tráfego. A data passa longe de ser uma comemoração: no mundo 1,3 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas da imprudência ao volante. Além disso, o trânsito é a nona maior causa de mortes do planeta.
Alguns frades, na história dos capuchinhos de São Paulo, faleceram vítimas de acidentes de trânsito.
Quatro frades falecem em acidente
Os jornais de 17 de fevereiro de 1981 noticiaram o triste acidente envolvendo quatro frades e o pai de um deles. “Frei Cirilo, a trágica morte aos 48 anos” e “Acidente mata Frei Cirilo e outros religiosos” foram as manchetes do jornal “A Vanguarda” do Diário de Votuporanga.
Às 9h55 do dia 16 de fevereiro de 1981, a caminho da ‘Reunião dos Superiores das Fraternidades’, que aconteceria com os demais frades em Nova Veneza, a Brasília que levava Frei Cirilo Bergamasco, seu pai (Luiz Bergamasco), Frei Francisco Perin, Frei Jorge Patrezi e Frei Ambrósio Ferraz do Amaral colidiu violentamente com uma carreta que trafegava no sentido contrário, no quilômetro 13,5 da estrada que liga Rio Claro a Piracicaba. Todos morreram na hora. O jornal da época relata que “a Brasília ficou totalmente destroçada e os mortos tiveram que ser retirados pela polícia do meio das ferragens retorcidas”.
Frei Odair Verussa, que escreve um livro sobre a história dos Capuchinhos de São Paulo, relata o fato como um ‘banho de sangue’. Ele recorda a grande repercussão local do acidente, onde o povo e familiares dos frades demonstraram os sentimentos “numa impressionante manifestação de amizade, solidariedade e fé”. Os falecidos foram homenageados em “procissão ininterrupta [...] durante a noite perante os corpos”.
Outras histórias de frades que faleceram em acidentes de trânsito:
• Em 12 de outubro de 1976, Frei Arnaldo Castilho vinha de Ilha Solteira para celebrar a missa do dia da padroeira em Votuporanga. No trevo de Nhandeara um ônibus rodoviário, alegando perca de freios, acertou em cheio o carro. Frei Arnaldo faleceu na hora. Com ele, no veículo, estava Frei Ludovico que faleceu 17 dias depois.
• Durante uma viagem em seu trabalho de propagandista da revista ‘Anais Franciscanos’, Frei Silvino Brancatti faleceu num acidente automobilístico na rodovia General Rondon, entre Penápolis e Lins, no dia 24 de setembro de 1974, com 51 anos de idade e quase 23 de vida religiosa consagrada.
• Frei Antônio Carlos Mendes (conhecido como Frei Tonhão) faleceu em acidente de carro na Rodovia do Açúcar, próximo a Capivari, quando voltava do trabalho de enfermeiro exercido no Hospital Municipal de Salto, onde era funcionário público. Ele colidiu de frente com uma carreta durante uma ultrapassagem. O carro em que estava ficou completamente esmagado, tornando difícil até a sua identificação pelas autoridades.
• Frei Pedro Nozela foi pároco por vários anos em Birigui. Ali foi atropelado por um motociclista. Internado em hospital, faleceu poucas horas depois.
Recordar estes queridos frades é também recordar os inúmeros acidentados nas ruas e estradas em nosso país. Esta Semana Nacional do Trânsito, que encerra hoje, teve como tema “Nós somos o trânsito”. É preciso que tenhamos a consciência de que são nossas práticas que podem construir um trânsito mais seguro. Todos estamos sujeitos a situações de perigo nas estradas, inclusive nós frades. E também, nós, religiosos, devemos nos atentar em nossas práticas diante do volante, afinal prezamos pela vida e queremos que ela seja conservada em todas as suas instâncias.
Dirija com atenção e prudência!
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Paulo Henrique (Assessoria de Comunicação e Imprensa, São Paulo - SP)