Na quarta-feira passada o Papa Francisco aceitou a renúncia do bispo capuchinho, Dom Frei José Soares Filho (Dom Egito). O frade capuchinho esteve à frente da Diocese de Carolina, no Maranhão, desde 2003. Dom Egito deixou uma carta apresentando os motivos de sua renúncia.
Dom Egito iniciou a sua carta falando da missão do episcopado e do mistério de fé que é ser bispo, ”é sob o prisma da fé que se deve entender o Bispo. Não se avalia um Bispo pelas aparências e aquilo que ele faz. Cumpre penetrar com os olhos da fé, na profundidade de seu ser, e da Missão que ele desenvolve em nome e na pessoa de Cristo”, disse.
Dom Egito foi nomeado Bispo de Carolina no dia 15 de janeiro de 2003 pelo Papa, hoje São João Paulo II. "Durante 14 anos, a Igreja de Carolina se tornou objeto de minhas preocupações, desvelo, dedicação e atenções e a quem cheguei a amar profundamente, como algo que esta indissoluvelmente unido, pelo vinculo da fé, em Cristo. ‘Não há prova maior de amor do que dar a vida por aqueles que se ama’ ”.
O lema episcopal de Dom Frei José Soares Filho foi ‘Amar e Servir’, "durante 14 anos de minha vida em Carolina procurei ser fiel ao lema do meu Episcopado [...] que se encontra gravado no arco que separa a nave do presbitério da nossa Catedral. Pregamos o Cristo crucificado, loucura para os orgulhosos e os sem fé, mas poder e sabedoria de Deus, para os chamados ao conhecimento de Cristo".
Dom Egito pediu sua renúncia ao Papa Francisco por motivos de saúde. Em São Paulo, cidade onde está morando agora, tem melhor acesso para o tratamento, "ele [Papa Francisco] atendeu ao meu pedido prontamente. Vou continuar exercendo meu ministério episcopal em São Paulo, cidade de onde vim para Carolina. Não é sem uma saudade e sem dor no meu coração que deixo Carolina. Procurei com minhas limitações e fraquezas ser fiel ministro de Cristo e dispensador dos Mistérios de Deus. Posso afirmar com convicção que estes 14 anos foram os mais ricos para mim, senão necessidade, como diz São Paulo: ‘Ai de mim se eu não evangelizar’ ".
O bispo capuchinho deixa expressos os mais vivos e elevados sentimentos de gratidão e reconhecimento a todos que o ajudaram "dos dedicados cristãos leigos, das pastorais, dos movimentos, das comunidades, enfim, de todos os amigos e colaboradores, cujos nomes não posso mencionar, mas que os levo no meu coração [...]".
Encerrando sua carta, Dom Egito despede-se de Carolina deixando explícita a sua gratidão pela Diocese e o amor que sente por todos que com ele conviveram nos últimos anos "A Igreja tem a tradição de sepultar seus bispos em suas catedrais. O meu não será aqui sepultado, porque estou de partida, mas aqui deixo o meu coração. Que Deus abençoe a todos e recebam com o mesmo carinho o novo Bispo que virá e continuem rezando por mim. Um abraço a todos", conclui.
Diocese só teve bispos capuchinhos:
A Igreja de Carolina teve o seu governo pastoral confiado até hoje apenas a bispos capuchinhos:
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Paulo Henrique (Assessoria de Comunicação e Imprensa, São Paulo - SP)