Bem-aventurado João Francisco Burté
Sacerdote e mártir da Primeira Ordem (1740-1792). Beatificado por Pio XI no dia 27 de outubro de 1926.
João Francisco Burté nasceu no dia 21 de junho de 1740 em Rambervillers, Lorena, filho de João Batista e Ana Maria Colot. Aos 16 anos, solicitou ingresso entre os Irmãos Menores Conventuais do convento de Nancy. Ele iniciou o noviciado em 24 de maio de 1757, e depois de um ano totalmente dedicado ao Senhor, ele professou. No mesmo convento continuou seus estudos. Havia ali numerosos religiosos preparados em diversas disciplinas. Quando em Nancy foi instituída a Faculdade de Teologia, bom número dos Frades Menores Conventuais foram chamados para ensinar. João Francisco, que havia se distinguido pelo aproveitamento nos estudos, com apenas quatro anos de sacerdócio foi chamado para ensinar teologia, primeiro no convento, e logo na faculdade diocesana, depois de um brilhante exame.
Em 1775, ele foi nomeado guardião do convento. Depois de três anos, ele foi responsável por representar sua Província religiosa em Paris. Ele foi escolhido como um pregador do rei, porque todos o consideravam um religioso doutor, piedoso, eloquente e modesto. Por sua destacada cultura, o recomendaram ao trabalho de Bibliotecário no grande convento em Paris, onde foi nomeado guardião de mais de 60 religiosos.
Em 1789 veio o desastre da Revolução Francesa. Em 1790 foram suprimidas as ordens religiosas, e os edifícios da Igreja foram declarados de propriedade do Estado. O que se viu em seguida na França foi a luta aberta à oposição, à dispersão e ao assassinato. João Francisco e seus religiosos manifestaram sua adesão à fé, rechaçando o juramento da lei emanada do Estado contra a Igreja.
Em 12 de agosto de 1792, o bem-aventurado João Francisco, juntamente com seus religiosos foi preso, levado para o convento dos Carmelitas, transformado em cárcere. Ali foi interrogado, investigado, assim como os bispos e outros sacerdotes. Frei João se mostrou, nestas situações terríveis, sempre como um autêntico sacerdote, franciscano genuíno, rico em zelo e caridade, sobretudo com os sacerdotes perseguidos. A Igreja do Carmo estava repleta de presos, mas não se ouvia um só lamento, a Missa estava proibida e os detentos se uniam em constante oração diante do altar-mor. Entre os presos também havia três bispos. Eles prepararam um grande massacre. A guilhotina parecia demasiada lenta para cortar 500 ou 600 cabeças por dia…
Era domingo, 2 de setembro de 1792. Duas dezenas de homens armados com lanças, espadas, machados e armas de fogo atacaram João e os 180 sacerdotes prisioneiros. Eles foram barbaramente assassinados. As vítimas serenamente rezavam ou realizavam atos de heroísmo. E assim a vida do bem-aventurado João Francisco foi heroicamente imolada por sua profissão de fé. No momento do martírio tinha 52 anos.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.