São Félix de Cantalício - Capuchinho
Religioso da Primeira Ordem (1515-1587). Canonizado por Clemente XI no dia 22 de maio de 1712.
Félix de Cantalício foi uma das mais populares e mais características figuras da Roma do século XVI. Nasceu na aldeia de Cantalício, pequena povoado no sopé dos Apeninos, próximo de Rieti, em 1515. Até aos 30 anos, trabalhou no campo, como agricultor, viajando, depois, para Roma, não para gozar dos divertimentos da gente da cidade nem para melhorar sua condição de pobre e humilde.
Entrou como religioso na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e, a partir de 1547, até à sua morte em 1587, dedicou- se a pedir esmola de porta em porta no Convento de São Nicolau, hoje chamado de Santa Cruz dos Luccesi. Passava pelas ruas de Roma, com o seu áspero e pobre hábito, pedindo esmola, não só para o Convento, mas também para os pobres e para os doentes.
A todo aquele que lhe dava qualquer coisa dizia sempre: Deo gratias – Graças a Deus! Aos que não lhe davam nada, dizia também: Deo gratias. Por isso, bem depressa começou a ser conhecido pelo nome de Frei Deo gratias. São Filipe de Néri, o apóstolo florentino dos romanos, tornou-se o seu grande amigo. Quando São Filipe o encontrava na rua, pedia-lhe publicamente conselhos e ensinamentos.
A simplicidade espontânea e popular de frei Félix rodeava-o de gratificante admiração. São Carlos Borromeu tinha-o em grande consideração, como muitos outros prelados que reconheciam naquele inculto, mas tão espiritual capuchinho, uma capacidade intelectual extraordinária. Predisse a Sisto V que este seria Papa e aconselhou-o a comportar- se dignamente quando o fosse. Viram-se muitas púrpuras cardinalícias e dignidades prelatícias a inclinar-se diante daquele aldeão, vestido de hábito capuchinho.
Félix tinha temperamento místico. Dormia apenas 3 horas por dia. O resto da noite consagrava-o, na igreja, à oração, na contemplação dos mistérios da vida de Jesus. Comungava todos os dias o Corpo do Senhor. Nos dias santos era seu costume fazer a peregrinação às Sete Igrejas de Roma ou, então, visitava os doentes nos diversos hospitais da cidade. Alimentou sempre terna devoção para com Nossa Senhora que lhe apareceu muitas vezes e lhe entregou o Menino Jesus que ele estreitava amorosamente nos braços.
Morreu aos 72 anos, no dia 18 de maio de 1587, arrebatado numa visão de Nossa Senhora. A sua sepultura, na igreja da Imaculada Conceição dos Capuchinhos de Roma, converteu-se em lugar de peregrinação. Foi canonizado por Clemente XI, a 22 de maio de 1712.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola