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FREI JOSÉ CORTELETTI É VISITADO PELA IRMÃ MORTE

11/12/2019 - 16h57
NOTA DE FALECIMENTO.

Frei José Corteletti (Antônio Angelo Corteletti)  °16/10/1934 +11/12/2019. 

Natural de São Paulo do Rio Perdido, Santa Teresa (ES). Filho de José Corteletti e Virginia Zannotti. Fez sua primeira profissão em 24/12/1953. Foi ordenado em 19.06.1959 e celebrou sua primeira missa em 05.07.1959 em sua terra natal. Houve um "festão" com  a presença dos seminaristas. Em 2013 lançou o livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa".

Frei José também atuou na educação escolar e ecológica, tendo plantado diversas árvores de lei no município de Santa Teresa, por influência do amigo naturalista Augusto Ruschi.
Prestou ainda serviços importantes na Itália como frade capuchinho. Luiz Carlos Biasutti apropria-se das palavras do escritor Bertold Brecht para definir o amigo religioso: “Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons; porém há os que lutam toda a vida: estes são imprescindíveis”.
Atualmente, frei José era vigário paroquial da Paróquia de Santa Teresa.*
Conheça a seguir o texto “Minha Travessia”, escrito pelo frei José Corteletti. 
MINHA TRAVESSIA
"Meu grito de choro ao nascer até meu silêncio frio da morte que se avizinha: o fim... mas não "o fim do fim". Daqui o salto para o IMUTÁVEL, o BOM. Este sim é o fim do fim. Momentos de trevas, lusco-fusco das incertezas até à barreira da limitação humana buscando a LUZ. O choro da primeira fome (mamei) até enxugar a última gota gelada do suor na face fria, o salto para a ETERNIDADE.
Na travessia encontrei muitos doentes (e até fui um deles). Ser levita ou samaritano? Titubeei e até fui comodista. Quanta satisfação em servir, pois veio o agradecimento nascido como o lótus no coração humilde. Deu-me muita força; porém quantas desilusões vindas do "leproso" que não voltou para agradecer. É um sentimento humano. Quanta dureza, quanta maldade, quanta tentativa e luta... Mas tudo se tornava mais fácil quando o sofrimento me levava para os braços de "Mãe-Pai Deus". "Deixai que o Espírito Santo te dirá..."
Por outro lado, fui o reverso da medalha: papai, mamãe, irmãos – companheiros de estrada – vos ofendi muitas vezes e de mil maneiras (não segui vossa vontade, Pai): Da arrogância à indiferença. Do desleixo à irresponsabilidade. Da tentação à execução, etc... etc... etc... Mas sabe de uma coisa? \"Eu vim para vós, pecadores\". Eu creio e confio em vós, meu Deus. "Este é meu cálice... este pão é meu corpo... Fazei tudo isto em memória de mim". Frei José Corteletti.

* postado por : Paulo Roberto Maciel

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Frei Anderson Teodoro Aguiar Silva (Fraternidade São Serafim de Montegranaro)

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